“A DUREZA DO CORAÇÃO NÃO É NOSSA CONDIÇÃO ORIGINAL, MAS FRUTO DE FERIDAS E ILUSÕES”

LER

Mateus 19,3-12

“Por causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o início” (Mt 19,8).

No Evangelho, Jesus nos fala que a dureza do coração muitas vezes nos prende a padrões e limitações que criamos, contudo, não pertencem à essência da vida. Desde o início, o mundo não foi feito para barreiras, mas para fluxo e transformação. Cada momento oferece a oportunidade de abrir-se ao novo, de transcender o que é passageiro e encontrar sentido profundo. Não somos apenas reflexo do imediato; somos capazes de olhar além, de tocar o invisível. Libertar-se da rigidez interior é reencontrar a liberdade original. O efêmero não nos define, mas nos desafia a crescer. Há sempre espaço para renovar-se e reinventar-se. No fundo, a vida nos convida a transcender a si mesma.

(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor Espiritual).

MEDITAR

  1. Por que Jesus menciona a “dureza do coração” nesse versículo?
  2. O que significa “não foi assim desde o início” no contexto da criação?

COMPROMISSO

Qual é a atitude de amor ou bondade que posso assumir hoje? (escreva no seu Diário espiritual).

LEITURA ESPIRITUAL

A virgindade e o celibato pelo Reino de Deus não só não contradizem a dignidade do matrimônio, como também a pressupõem e a confirmam. O matrimônio e a virgindade são duas formas de expressar e viver o único Mistério da Aliança de Deus com seu povo. Quando o matrimônio não é estimado, também não pode existir a virgindade consagrada; quando a sexualidade humana não é considerada um grande valor dado pelo Criador, perde sentido a renúncia pelo Reino dos Céus.

De fato, diz acertadamente São João Crisóstomo: «Quem condena o matrimônio também priva a virgindade de sua glória; ao passo que quem o elogia torna a virgindade mais admirável e luminosa. O que parece um bem apenas em comparação com um mal não é um grande bem, mas o que é melhor do que bens universalmente reconhecidos é certamente um bem em grau superlativo».

Na virgindade, o homem espera, inclusive corporalmente, as bodas escatológicas de Cristo com a Igreja, entregando-se totalmente a ela com a esperança de que Cristo se dê a esta na plena verdade da vida eterna. A pessoa virgem antecipa, assim, em sua carne o mundo novo da futura ressurreição.

Em virtude deste testemunho, a virgindade mantém viva na Igreja a consciência do mistério do matrimônio e o protege de toda redução e empobrecimento. Tornando o coração do homem especialmente livre, «até para inflamá-lo mais intensamente de caridade para com Deus e para com todos os homens», a virgindade testemunha que o Reino de Deus e sua justiça são a pérola preciosa que deve ser preferida a qualquer outro valor, por maior que seja; mais ainda, que deve ser buscado como o único valor definitivo. Por isso, a Igreja, ao longo de toda a sua história, sempre defendeu a superioridade deste carisma em relação ao matrimônio, devido ao vínculo singular que possui com o Reino de Deus.

Mesmo tendo renunciado à fecundidade física, a pessoa virgem torna-se espiritualmente fecunda, pai e mãe de muitos, cooperando na realização da família segundo o desígnio de Deus (João Paulo II, exortação apostólica Familiaris consortio, 22 de novembro de 1981, n. 16).

Bom dia para você e sua família!