SÃO JOÃO MARIA VIANNEY

“SÓ QUEM SE PARTE PODE ALIMENTAR”

LER

Mateus 14,13-21

“Partiu os pães, e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões” (Mt 14,19).

Jesus partiu os pães e os entregou aos discípulos. Esse gesto simples revela uma verdade profunda: só o que é partido pode ser partilhado. Na vida, também somos chamados a nos deixar partir — pelas dores, perdas, frustrações — não para nos destruir, mas para nos transformar em alimento de amor para os outros. O pouco, nas mãos de Jesus, se torna suficiente. Os discípulos não guardaram o pão: distribuíram. Assim deve ser nossa vida: dom e serviço. Deus não multiplica o que guardamos, mas o que entregamos. Não se trata apenas de pão, mas de tempo, escuta, perdão, presença. Ser partido por amor é ser multiplicado em graça. Quem vive para si, se perde; quem se doa, se encontra.

(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor Espiritual).

MEDITAR

  1. O que em mim precisa ser “partido” para que eu possa me tornar dom para os outros?
  2. Tenho partilhado o que recebo de Deus ou guardado apenas para mim?

COMPROMISSO

Nesta semana, procure dedicar um tempo para escutar com atenção alguém que esteja sofrendo, oferecendo sua presença como gesto de partilha. (escreva no seu Diário espiritual).

LEITURA ESPIRITUAL

A Palavra de Deus é venerável como o Corpo de Cristo.
A mesa das Escrituras, assim como a da Eucaristia, oferece aos fiéis um mesmo e único Senhor. Quem comunga a Palavra, assim como quem comunga o Pão da Vida, participa de Cristo Jesus. Do mesmo modo que, ao distribuir o Corpo de Cristo, temos o cuidado de não deixar cair nada ao chão, também devemos ter o mesmo cuidado para que a Palavra de Deus, que nos é dirigida, não escape do nosso coração, por estarmos distraídos, pensando ou falando de outra coisa.
Com efeito, quem escuta a Palavra de Deus de forma negligente não será menos culpado do que aquele que, por descuido, deixa cair no chão o Corpo do Senhor.

Palavra e Eucaristia têm a mesma importância: ambas são “veneráveis”.
E a veneração que lhes devemos é a mesma que adora o Senhor presente na Palavra e presente na Eucaristia. Aqui, Ele está presente sob as espécies do pão e do vinho; ali, sob a forma das palavras humanas. Podemos falar de uma presença real de Cristo nas Escrituras, real como a presença na Eucaristia, ainda que esta última seja sacramental.

A escuta da Palavra constitui sempre um excelente catecumenato,
que nos ensina a viver segundo o Evangelho. É também uma preparação eficaz — a melhor — para a liturgia eucarística propriamente dita. Contudo, é infinitamente mais que um arado que prepara o solo do nosso coração para que dê frutos, e certamente mais que uma escola de vida cristã: é, essencialmente, celebração de Cristo presente em sua Palavra, pois quando na Igreja se leem as Sagradas Escrituras, é Ele quem fala.

(L. Deiss, Vivere la Parola in comunità, Turim, 1976, pp. 304-306 (edição espanhola: Celebración de la Palabra, Ediciones San Pablo, Madrid, 1992).

Bom dia para você e sua família!