“SABER ACOLHER BEM A PALAVRA DE DEUS”

LER

Mateus 13,1-9

“O semeador saiu para semear” (Mt 13,3).

No Evangelho de hoje a questão não é apenas sobre qual solo é mais fértil, mas sobre qual solo estamos dispostos a ser. Cada um de nós, em nossa caminhada humana e cristã, pode se identificar com diferentes tipos de solo. É importante lembrar que a terra pode ser trabalhada. Mesmo um solo pedregoso ou cheio de espinhos pode ser transformado com esforço, oração e perseverança. A palavra de Deus, quando verdadeiramente acolhida, é uma força transformadora que, mesmo em solo árido, pode gerar vida e frutos. Não se trata de uma questão de sorte ou de ser mais “virtuoso” do que os outros, mas de uma decisão existencial de abrir nosso coração para a mudança.

(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor Espiritual).

MEDITAR

  1. Como estou recebendo a palavra de Deus em minha vida? Estou permitindo que ela crie raízes profundas ou sou influenciado pelas distrações e superficialidades do mundo?
  2. Quais “espinhos” ou preocupações materiais estão sufocando a minha fé e impedindo que eu produza frutos de transformação e amor?

COMPROMISSO

O que é necessário mudar para que eu seja, cada vez mais, um solo fértil que gera frutos de fé e amor? (escreva no seu Diário espiritual).

LEITURA ESPIRITUAL

Também na aliança se condenam os pecados, as quedas. O pecado de base, que inclui todos os outros, é a murmuração. Esta se torna possível e é tanto mais grave, precisamente porque a aliança nos torna diferentes. Por que precisamente nós devemos nos encontrar extenuados no deserto, enquanto no Egito se come carne e verduras? (cf. Ex 16,2s; Nm 11,4-6; etc.). É o pesar que nos causa o fato de termos sido escolhidos e de termos saído da condição normal; o pesar por não termos sido deixados em paz, fazendo a mesma vida que todos; o pesar por nos encontrarmos como estrangeiros. Sim, o Senhor nos fez estrangeiros.

Nesse momento, ocorre uma tentativa de recuperar o que perdemos. O desgosto, por exemplo, que nos causa o fato de não sermos anônimos: não é possível ser aliados de Deus e anônimos. Esse pesar pode levar a pecados contra a aliança. Os pecados típicos contra a aliança, no deserto, consistem no desejo de dar nós mesmos um rosto ao Senhor: então construímos o bezerro de ouro, símbolo de todas as nossas ideologias teológicas.

No entanto, contra tudo isso está a alegria da Torá, a alegria de termos sido escolhidos, de sermos povo de Deus, a alegria de todo o ser, fiel ao sim e ao não da aliança, a alegria de estar a caminho do monte de Deus. A alegria de pertencer ao Senhor, que nos dá firmeza como se víssemos o Invisível. Como se diz de Moisés, «ele se manteve firme como se estivesse vendo o Deus invisível» (Hb 11,27b).

(G. Rossi de Gasperis, La roccia che ci ha generato, Roma 1994, pp. 72ss, passim [edição espanhola: La roca que nos ha engendrado, Editorial Sal Terrae, Santander 1996]).

Bom dia para você e sua família!