“COMPAIXÃO TRANSFORMADORA”
LER
Marcos 1,40-45
“Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele…” (Mc 1,41).
Pe. Zezinho, quando diz na canção que “Um Deus apaixonado, mandou o seu recado por meio do seu Filho”, expressa a ternura de Jesus, cheio de compaixão, revelando o coração de Deus. Jesus não manifesta nas suas atitudes um sentimento superficial, mas de forma empática que se transforma em ação.
Podemos algumas vezes, no meio de nossas dificuldades, nos sentirmos sozinhos, abandonados, mas Ele nos lembra que não somente nos compreende, mas que sente conosco, nos fazendo reconhecer que mesmo em nossas fragilidades e vulnerabilidades, somos amados(as) por Deus. Da mesma forma, também nos solidarizemos com os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs.
(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual).
MEDITAR
- Onde, em minha vida, preciso sentir o toque curador de Jesus?
- Como posso ser um instrumento da compaixão de Jesus para os outros?
CONTEMPLAR
Permaneça em silêncio diante de Deus, contemplando o amor e a compaixão de Jesus.
COMPROMISSO
Como posso estender minha mão e tocar a vida de alguém nesta semana, assim como Jesus fez com o leproso? (Escreva no seu diário espiritual).
LEITURA ESPIRITUAL
Irmãos e irmãs, ainda hoje no mundo muitos dos nossos irmãos e irmãs sofrem desta enfermidade, do mal de Hansen, ou devido a outras doenças e condições às quais infelizmente está associado o preconceito social. “Ele é um pecador!”. Pensai naquele momento (Lc 7,36-50), quando aquela mulher entrou no banquete e derramou perfume sobre os pés de Jesus. Os outros disseram: “Mas se Ele fosse um profeta, saberia quem é esta mulher: uma pecadora”. O desprezo. Ao contrário, Jesus recebe, aliás, agradece: “Os teus pecados são-te perdoados”. A ternura de Jesus. E o preconceito social de afastar as pessoas com estas palavras: “Este é impuro, esse é um pecador, aquele é um vigarista, este…”. Sim, às vezes é verdade, mas não tenhamos preconceitos. Pode acontecer a cada um de nós experimentar feridas, fracassos, sofrimentos, egoísmos que nos fecham a Deus e aos outros, porque o pecado nos fecha em nós mesmos, por vergonha, por humilhação, mas Deus quer abrir o coração. Diante de tudo isto, Jesus anuncia-nos que Deus não é uma ideia nem uma doutrina abstrata, Deus é Aquele que se “contamina” com a nossa humanidade ferida e não tem medo de entrar em contacto com as nossas chagas. “Mas padre, o que dizes? Que Deus se contamina?”. Não sou eu que o digo, foi São Paulo quem o disse: fez-se pecado (2Cor 5,21). Aquele que não é pecador, que não pode pecar, fez-se pecado. Vede como Deus se contaminou para se aproximar de nós, para ter compaixão e para fazer compreender a sua ternura. Proximidade, compaixão e ternura.
Para respeitar as regras da boa reputação e dos costumes sociais, muitas vezes silenciamos a dor ou usamos máscaras para a disfarçar. Para conciliar os cálculos dos nossos egoísmos ou as leis interiores dos nossos medos, não participamos muito no sofrimento dos outros. Ao contrário, peçamos ao Senhor a graça de viver estas duas “transgressões” do Evangelho de hoje. A do leproso, para termos a coragem de sair do nosso isolamento e, em vez de ficarmos lá a sentir pena de nós próprios ou a chorar pelos nossos fracassos, queixas, em vez disso vamos ter com Jesus tal como somos: “Senhor, sou assim”. Sentiremos aquele abraço, aquele abraço de Jesus que é tão bom! E depois a transgressão de Jesus: um amor que faz vencer as convenções, que faz superar os preconceitos e o medo de nos misturarmos com a vida do outro. Aprendamos a ser “transgressores” como estes dois: como o leproso e como Jesus.
(Papa Francisco, Angelus14/02/2021).
Bom dia para você e sua família!
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