SÉTIMO DIA DA OITAVA DO NATAL
“FILIAÇÃO DIVINA PELA FÉ EM CRISTO”
LER
João 1,1-18
“Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus isto é, aos que acreditam em seu nome” (Jo 1,12).
O Evangelho nos revela um Deus amoroso que nos acolhe como um projeto em construção, transformando nossas limitações humanas em algo divino. A graça filiação divina é uma graça oferecida, não imposta, e exige acolher Cristo, acreditar em Seu nome e colocar-se em missão. Essa crença vai além do intelectual, sendo uma adesão que permite a Cristo habitar e moldar todos os aspectos de nossa vida; isto é, receber Cristo é abrir espaço em nosso cotidiano para que Ele habite em nossas decisões, nos relacionamentos, no trabalho e em nossos anseios mais profundos.
(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual).
MEDITAR
- Tenho acolhido Cristo verdadeiramente em meu coração e em minha rotina diária?
- De que forma a minha fé em Jesus molda minhas escolhas, meus relacionamentos e minhas esperanças?
CONTEMPLAR
Deixe que a certeza de ser filho amado transforme seu ser.
COMPROMISSO
Hoje, escolha um momento específico para acolher Cristo, seja em oração, em um gesto de amor ao próximo ou na busca de viver em paz consigo mesmo e com os outros. (Escreva no seu diário espiritual).
LEITURA ESPIRITUAL
E para o fazer, foi além das palavras. De fato, no coração do Evangelho de hoje, é-nos dito que a Palavra «se fez carne e veio habitar entre nós» (v.14). Ele fez-se carne: por que São João usa esta expressão, “carne”? Não poderia ter dito, de uma forma mais elegante, que se tornou homem? Não, ele usa a palavra carne porque indica a nossa condição humana em toda a sua fraqueza, em toda a sua fragilidade. Diz-nos que Deus se tornou fragilizado a fim de tocar de perto a nossa fragilidade. Portanto, desde que o Senhor se fez carne, nada na nossa vida lhe é desconhecido. Não há nada que Ele desdenhe; podemos partilhar tudo com Ele, tudo. Querido irmão, querida irmã, Deus fez-se carne para nos dizer, para te dizer que te ama precisamente ali, que nos ama ali, nas nossas fragilidades, nas tuas fragilidades; precisamente ali, onde mais nos envergonhamos, onde mais te envergonhas. Isto é ousado, a decisão de Deus é ousada: ele fez-se carne precisamente ali onde tantas vezes nos envergonhamos; ele entra na nossa vergonha, para se tornar nosso irmão, para partilhar o caminho da vida.
Fez-se carne e não voltou atrás. Ele não assumiu a nossa humanidade como a roupa que se veste e se despe. Não, ele nunca mais se separou da nossa carne. E nunca se separará: agora e para sempre Ele está no céu com o seu corpo de carne humana. Ele uniu-se para sempre à nossa humanidade, poderíamos dizer que se “casou” com ela. Gosto de pensar que quando o Senhor reza ao Pai por nós, não só fala: mostra-lhe as feridas da carne, mostra-lhe as feridas que ele sofreu por nós. Jesus é assim: com a sua carne ele é o intercessor, quis suportar também os sinais de sofrimento. Jesus, com a sua carne está perante o Pai. Na verdade, o Evangelho diz que ele veio habitar no meio de nós. Não veio fazer-nos uma visita e depois partiu, veio habitar conosco, para estar conosco. Então o que deseja ele de nós? Deseja uma grande intimidade. Ele quer que partilhemos com Ele alegrias e tristezas, desejos e temores, esperanças e tristezas, pessoas e situações. Façamos isto, com confiança: abramos-lhe o nosso coração, digamos-lhe tudo. Façamos uma pausa em silêncio diante do presépio para saborear a ternura de Deus que se fez próximo, que se fez carne. E sem medo, convidemo-lo para a nossa casa, para a nossa família. E, também – cada um sabe bem – convidemo-lo para as nossas fragilidades. Convidemo-lo, para que Ele possa ver as nossas feridas. Ele virá e a vida mudará
(Papa Francisco, Angelus, 03/01/2021).
Bom dia para você e sua família!
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