SANTA LUZIA

“SABEDORIA NAS MINHAS AÇÕES, NÃO NAS MINHAS EXPECTATIVAS”

LER

Mateus 11,16-19

“Não ouvem João e nem o Filho do Homem” (Mt 11,18-19).

As palavras de Jesus nos fazem refletir sobre nossa vida onde, muitas vezes nos vemos assim, presos em expectativas ou ideias pré-concebidas sobre o que deveríamos vivenciar ou receber. Talvez, como as crianças, temos uma necessidade constante de controle, de encontrar algo que nos satisfaça imediatamente ou que corresponda exatamente às nossas expectativas. Na nossa vida cotidiana, podemos nos deparar com situações nas quais buscamos o prazer ou a solução rápida, sem perceber que o verdadeiro propósito não está em nossas expectativas, mas no caminho que nos é dado.

(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual).

MEDITAR

1. Estou como uma criança que não se contenta com nada?

2. Como posso sair da zona de conforto e não a esperar por uma “perfeição” externa, mas sim por uma busca mais autêntica?

CONTEMPLAR

Silencie e faça uma oração meditando o texto do Evangelho.

COMPROMISSO

Como posso ser mais atento(a) às oportunidades de crescimento pessoal, a não me deixar dominar pela insatisfação ou pelo desejo constante de controle? (Escreva no seu diário espiritual).

LEITURA ESPIRITUAL

«O Senhor sofreu tanto com a atitude do povo e algumas vezes disse: “Até quando vos hei de suportar”?», afirmou Francisco na homilia, fazendo notar imediatamente que no trecho evangélico de Mateus (11,16-19) proposto pela liturgia, Jesus faz este comentário: «são como crianças às quais ofereces algo e não apreciam; ofereces o contrário» mas também não gostam disto. Em síntese, pessoas insatisfeitas «incapazes de ter uma satisfação na atitude com o Senhor». Mas «há muitos cristãos insatisfeitos — advertiu o Papa — que não conseguem compreender o que o Senhor nos ensinou; não conseguem compreender o núcleo específico da revelação do Evangelho».

Dirigindo-se diretamente à comunidade do Pontifício seminário romano maior, «aos seminaristas e aos formadores», Francisco perguntou se «há também sacerdotes insatisfeitos». Porque — admitiu — «existem e fazem muito mal quando não vivem uma vida plena; não encontram paz nem de um lado nem de outro, pensando sempre em projetos e depois quando os têm nas mãos» dizem: «Não, não gosto!». Tudo isto acontece, acrescentou o Papa, «porque o seu coração está distante da lógica de Jesus e por esta razão há alguns sacerdotes insatisfeitos, não são felizes, lamentam-se e vivem tristes».

Mas «qual é a lógica de Jesus que dá a satisfação plena a um sacerdote?» questionou-se o Pontífice, sugerindo imediatamente a resposta: é «a lógica do mediador». Jesus «é o mediador entre Deus e nós; e nós devemos seguir este caminho de mediadores e não a outra figura que se assemelha muito, mas não é a mesma: intermediários». Porque, afirmou o Papa, há «diferença entre um mediador e um intermediário». Com efeito, «o intermediário faz o seu trabalho e toma o pagamento: queres vender esta casa, queres comprar uma casa, sou intermediário e recebo uma percentagem; é justo, foi o meu trabalho». Em síntese, «o intermediário segue esta estrada: ele nunca perde».

«Ao contrário, o mediador — explicou Francisco — perde a si mesmo para unir as partes, dá a vida, entrega-se a si mesmo, é este o preço: a própria vida, paga com a própria vida, o próprio cansaço, o próprio trabalho, muitas coisas». E «o pároco», acrescentou o Papa, dá a vida precisamente «para unir o seu rebanho, para unir as pessoas, para as levar a Jesus». Porque «a lógica de Jesus como mediador é a lógica de se aniquilar a si mesmo». Aliás, «São Paulo na carta aos Filipenses é claro sobre isto: “Aniquilou-se a si mesmo, esvaziou-se a si mesmo” para realizar esta união, até à morte», e «morte de cruz».

Portanto, esta «é a lógica: esvaziar-se, aniquilar-se». E «não porque procuras isto, mas a atitude de mediador leva-te a isto». É o estilo da «proximidade: Deus que se aproximou do seu povo, no Antigo Testamento, e depois enviando o seu Filho, aquela synkatabasis de Deus que se aproximou de nós». Eis porque «o sacerdote é um mediador muito próximo do seu povo, muito próximo».

(Papa Francisco, Meditações matutinas na Santa Missa celebrada na capela da casa Santa Marta, 09/12/2016).

Bom dia para você e sua família!