“COM CRISTO O FARDO É LEVE”
LER
Mateus 11,28-30
“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados, e eu vos darei descanso” (Mt 11,28).
Em um mundo onde as pessoas vivem sobrecarregadas e ansiosas, Jesus oferece um caminho de leveza, não através da fuga das dificuldades, mas pela transformação interior. A Boa Nova de Jesus é um convite radical à experiência de descanso, não em um sentido físico, mas emocional e existencialmente. O verdadeiro descanso é encontrado ao aprender com Ele a viver de maneira mais simples, humilde e amorosa. Em Jesus, o fardo da vida se torna mais leve, porque Ele não nos abandona, mas caminha ao nosso lado, nos ensinando a encontrar descanso para nossas almas.
(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual).
MEDITAR
1. O que Deus está me dizendo através dessa passagem?
2. Onde tenho sentido cansaço ou opressão?
CONTEMPLAR
Permita que o convite de Jesus se torne real em sua vida. Sinta Sua presença acolhedora e suave ao lado de você, carregando junto os fardos que parecem insuportáveis..
COMPROMISSO
Como posso alcançar em minha jornada espiritual serenidade, paz interior? (Escreva no seu diário espiritual).
LEITURA ESPIRITUAL
O primeiro imperativo é: «Vinde a mim». Dirigindo-se àqueles que estão cansados e oprimidos, Jesus apresenta-se como o Servo do Senhor, descrito no livro do profeta Isaías. Assim reza o trecho de Isaías: «O Senhor Deus deu-me a língua de discípulo para que eu saiba confortar pela palavra o que está abatido» (50,4). Ao lado destes abatidos da vida, o Evangelho põe muitas vezes também os pobres (Mt 11,5), os mais pequeninos (cf. Mt 18,6). Trata-se de quantos não podem contar com os próprios meios, nem com amizades importantes. Eles podem confiar só em Deus. Conscientes da sua condição humilde e miserável, sabem que dependem da misericórdia do Senhor e dele esperam a única ajuda possível. No convite de Jesus finalmente encontram resposta à sua expetativa: tornando-se seus discípulos recebem a promessa de encontrar alívio para toda a sua vida. Uma promessa que no final do Evangelho é ampliada a todos: «Ide, pois — diz Jesus aos Apóstolos — e ensinai a todas as nações…» (Mt 28,19). Aceitando o convite a celebrar este ano de graça do Jubileu, no mundo inteiro os peregrinos passam pela Porta da Misericórdia aberta nas catedrais, nos santuários, em muitas igrejas do mundo, nos hospitais, nas prisões. Por que passam pela Porta da Misericórdia? Para encontrar Jesus, a amizade de Jesus, o alívio que só Jesus oferece. Este caminho exprime a conversão de cada discípulo que se põe no seguimento de Jesus. E a conversão consiste sempre em descobrir a misericórdia do Senhor. Ela é infinita e inesgotável: é grande a misericórdia do Senhor! Portanto, atravessando a Porta Santa professamos «que o amor está presente no mundo e que o amor é mais forte do que todo mal em que o homem, a humanidade e o mundo estão envolvidos» (João Paulo II, Enc. Dives in misericordia, 7).
O segundo imperativo diz: «Tomai o meu jugo». No contexto da Aliança, a tradição bíblica usa a imagem do fardo para indicar o vínculo estreito que une o povo a Deus e, portanto, a submissão à sua vontade expressa na Lei. Na controvérsia com os escribas e os doutores da lei, Jesus põe sobre os seus discípulos o seu jugo, no qual a Lei encontra o seu cumprimento. Quer ensinar-lhes a descobrir a vontade de Deus, mediante a sua pessoa: através de Jesus, não por meio de leis e prescrições frias que o próprio Jesus condena. É suficiente ler o capítulo 23 de Mateus! Ele está no centro da sua relação com Deus, no núcleo das relações entre os discípulos e põe-se como fulcro da vida de cada um. Recebendo o «jugo de Jesus», cada discípulo entra em comunhão com Ele e participa no mistério da sua cruz e do seu destino de salvação.
Segue-se o terceiro imperativo: «Aprendei de mim». Aos seus discípulos Jesus indica um caminho de conhecimento e imitação. Jesus não é um mestre que impõe severamente a outros, pesos que Ele não carrega: era esta a acusação que fazia aos doutores da lei. Ele dirige-se aos humildes, frágeis, pobres, necessitados, porque Ele mesmo se fez pequenino e humilde. Entende os pobres e sofredores porque Ele mesmo é pobre, provado pelas dores. Para salvar a humanidade Jesus não trilhou um caminho fácil; ao contrário, a sua senda foi dolorosa e árdua. Como recorda a Carta aos Filipenses: «Humilhou-se, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz» (2, 8). O fardo dos pobres e oprimidos é o mesmo jugo que Ele carregou antes deles: por isso é suave. Ele carregou nos ombros as dores e os pecados da humanidade inteira. Para o discípulo, portanto, carregar o jugo de Jesus significa receber a sua revelação e aceitá-la: nele a misericórdia de Deus assumiu a pobreza do homem, oferecendo assim a todos a possibilidade da salvação. Mas por que é capaz Jesus de dizer isto? Porque Ele se fez tudo por todos, aproximou-se de todos, dos mais pobres! Era um pastor no meio do povo, dos pobres: labutava o dia inteiro com eles. Jesus não era um príncipe. É negativo para a Igreja, quando os pastores se tornam príncipes, longe do povo, distantes dos mais pobres: este não é o espírito de Jesus. Jesus repreendia estes pastores, dizendo ao povo: «Fazei o que eles dizem, não o que fazem».
(Papa Francisco, Audiência geral, 14/09/2016).
Bom dia para você e sua família!
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