“O AMOR RESTAURADOR”
LER
Mateus 18,12-14
“O Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos” (Mt 18,14).
Diante de uma variedade de acontecimentos em nossa vida muitas vezes, podemos ter a sensação de nos sentirmos perdidos, desconectados, ou desiludidos com as dificuldades da vida. A mensagem do Evangelho é que, mesmo quando nos sentimos mais distantes ou afastados de Deus, Ele nunca deixa de nos procurar e de nos acolher. Esse é o amor restaurador, aquele que nos encontra em nossos momentos mais sombrios e nos oferece uma nova chance, uma nova oportunidade para recomeçar. Não desista!
(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual).
MEDITAR
1. Percebo a misericórdia de Deus em minha vida? como devemos seguir o exemplo divino de acolhimento e busca ativa pelo próximo?
2. Como devo seguir o exemplo divino de acolhimento e busca constante pelo próximo?
CONTEMPLAR
Não há necessidade de palavras ou explicações; apenas deixe-se tocar pela presença de Deus.
COMPROMISSO
Como posso viver de maneira a refletir o desejo de Deus de não deixar ninguém para trás? (Escreva no seu diário espiritual).
LEITURA ESPIRITUAL
O Papa referiu-se ao Evangelho do dia, no qual Mateus (18, 12-14) fala do bom pastor. Este juiz que «acaricia» e que vem «para salvar», disse Francisco, tem «uma atitude de pastor: “Que vos parece? Um homem possui cem ovelhas: uma delas se perde. Não deixa ele as noventa e nove na montanha, para ir buscar aquela que se perdeu?”». Assim também o Senhor, quando vier, «não dirá: “Mas, faço as contas e perco uma, 99… é razoável…” Não. Uma é única». De facto, o pastor não possui simplesmente 99 ovelhas, mas possui «uma, uma, uma, uma, uma…»: isto é, «cada uma é diversa». E ele «ama cada uma pessoalmente. Não ama a massa indistinta. Não! Ama-nos pelo nome, ama-nos como somos».
Seguindo o fio da analogia, o Pontífice explicou que o pastor «conhecia bem» a ovelha tresmalhada, não se tinha perdido, «sabia bem o caminho»: perdeu-se «porque tinha o coração perdido, o coração estava doente. Estava cega por algo interior e, confusa por aquela dissociação interior, fugiu na escuridão para se desabafar». Mas «o que ela fez não foi uma travessura… Ela escapou: uma fuga precisamente para se afastar do Senhor, para saciar aquela escuridão interior que a levava a ter uma vida dupla», a «estar no rebanho e fugir da escuridão, na escuridão». Então eis a mensagem consoladora: «O Senhor sabe tudo isto e vai buscá-la».
Neste ponto, o Papa Francisco introduziu outro elemento na sua meditação: «Para mim, a figura que mais me faz compreender a atitude do Senhor com a ovelha tresmalhada é o seu comportamento com Judas. A ovelha tresmalhada mais perfeita do Evangelho é Judas». Com efeito, recordou o Pontífice, ele é «um homem que sempre teve uma amargura no coração, algo para criticar nos outros, sempre à parte»: um homem que não conhecia «a doçura da gratuitidade de viver com todos os outros». E dado que «esta “ovelha” não estava satisfeita, então fugia».
Judas, disse o Papa «fugia porque era ladrão», outros «são luxuriosos» e igualmente «fogem porque têm a escuridão no coração que os afasta do rebanho». Estamos diante daquela «vida dupla» comum «a tantos cristãos» e também — acrescentou «com dor» — a «sacerdotes» e «bispos». De resto, também «Judas era bispo, foi um dos primeiros bispos…».
Por conseguinte, também Judas é uma «ovelha tresmalhada» concluiu Francisco, acrescentando: «Pobrezinho! Pobre este irmão Judas como o chamava padre Mazzolari, num sermão tão bonito: “Irmão Judas, o que acontece no teu coração?”».
Trata-se de uma realidade à qual também os cristãos de hoje não estão alheios. Portanto «também nós devemos compreender as ovelhas tresmalhadas». De facto, evidenciou o Papa, «temos sempre algo, pequenino ou não tão pequenino, das ovelhas tresmalhadas». Por conseguinte, devemos entender que «não é um erro o que fez a ovelha tresmalhada: é uma doença, uma doença que tinha no coração» e da qual o diabo se aproveita. Retomando a comparação usada anteriormente, o Pontífice repercorreu os últimos momentos da vida de Judas: «Quando foi ao templo fazer a vida dupla», quando deu «o beijo ao Senhor no horto» e depois «as moedas que recebeu dos sacerdotes…», comentando: «não é um erro. Fez… Estava na escuridão! Tinha o coração dividido, dissociado. Judas, Judas…». Portanto, podemos dizer que ele «é o ícone da ovelha tresmalhada».
(Papa Francisco, Meditações matutinas na santa Missa celebrada na capela da casa Santa Marta, 06/12/2016).
Bom dia para você e sua família!
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