IMACULADA CONCEIÇÃO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA

“SANTOS E IMACULADOS”

LER

Lucas 1,26-38

“Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38).

O Evangelho de hoje nos convida a refletir sobre nossa própria resposta ao chamado de Deus. Como Maria, somos desafiados a olhar para a nossa vida, muitas vezes imprevisível, e responder com confiança. A fé não é uma compreensão completa, mas um ato de entrega e confiança diante do mistério da vida.

Cada um de nós enfrenta a grande decisão de como viver nossa liberdade, diante das escolhas e desafios da vida. Como Maria, podemos dizer “sim” ao plano de Deus, aceitando que o caminho não será fácil, mas será sempre uma oportunidade para experimentar a presença de Deus conosco.

(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual).

MEDITAR

1. Como posso responder ao chamado de Deus, mesmo quando não entendo completamente o que Ele me pede?

2. Onde, em minha vida, sinto que estou sendo chamado a fazer algo impossível ou desafiador?

CONTEMPLAR

Deixe que o Espírito Santo a envolva com sua “sombra” e se entregue ao mistério da vida com confiança.

COMPROMISSO

Faça uma oração pedindo discernimento para entender melhor a vontade de Deus e como você pode colaborar com seu plano em sua vida diária. (Escreva no seu diário espiritual).

LEITURA ESPIRITUAL

A festa litúrgica de hoje celebra uma das maravilhas da história da salvação: a Imaculada Conceição da Virgem Maria. Ela também foi salva por Cristo, mas de uma forma extraordinária, porque Deus quis que desde o momento da conceção a mãe do seu Filho não fosse tocada pela miséria do pecado. E assim Maria, durante toda a sua vida terrena, foi livre de qualquer mancha de pecado, foi a «cheia de graça» (Lc 1, 28), como o anjo a chamou, e gozou de uma ação singular do Espírito Santo, para que pudesse manter sempre a sua relação perfeita com o seu Filho Jesus; de facto, foi a discípula de Jesus: a Mãe e a discípula. Mas o pecado não estava nela.

No magnífico hino que abre a Carta aos Efésios (1,3-6.11-12), São Paulo faz-nos compreender que todo o ser humano é criado por Deus para aquela plenitude de santidade, para aquela beleza com que Nossa Senhora foi revestida desde o início. A meta para a qual somos chamados é também para nós um dom de Deus, que – diz o Apóstolo – nos «escolheu antes da criação do mundo para sermos santos e imaculados»(v.4); predestinou-nos (v.5), em Cristo, para estarmos um dia totalmente livres do pecado. E esta é a graça, é gratuita, é um dom de Deus.

E o que para Maria estava no início, para nós estará no fim, depois de termos passado pelo “banho” purificador da graça de Deus. O que nos abre a porta do paraíso é a graça de Deus, recebida por nós com fidelidade. Todos os santos e santas percorreram este caminho. Contudo até os mais inocentes foram marcados pelo pecado original e lutaram com todas as forças contra as suas consequências. Passaram pela «porta estreita» que conduz à vida (Lc 13, 24). E sabeis qual foi o primeiro do qual temos a certeza que entrou no paraíso, sabeis? Um “patife”: um dos dois que foram crucificados com Jesus. Voltou-se para ele e disse: «Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino». E Ele respondeu: «Hoje mesmo estarás comigo no paraíso» (Lc 23,42-43). Irmãos e irmãs, a graça de Deus é oferecida a todos; e muitos que nesta terra são os últimos, no céu serão os primeiros (Mc 10,31).

Mas cuidado. Não vale a pena ser esperto: adiar constantemente um exame sério da própria vida, aproveitando-se da paciência do Senhor – Ele é paciente, Ele espera por nós, Ele está sempre presente para nos conceder a graça. Podemos enganar os homens, mas não a Deus, Ele conhece o nosso coração melhor do que nós próprios. Aproveitemos o momento presente! Este é o sentido cristão de aproveitar o dia: não para desfrutar da vida no momento fugaz, não, este é o sentido mundano. Mas aproveitar o hoje para dizer “não” ao mal e “sim” a Deus; abrir-se à sua Graça; deixar finalmente de se fechar em si mesmo, caindo na hipocrisia. Enfrentar a própria realidade tal como somos; reconhecer que não amamos a Deus e não amamos o nosso próximo como devíamos, e confessá-lo. É assim que se começa um caminho de conversão pedindo primeiro a Deus perdão no Sacramento da Reconciliação, e depois reparar o mal feito aos outros. Mas sempre abertos à graça. O Senhor bate à nossa porta, bate ao nosso coração para entrar em amizade, em comunhão conosco, para nos dar a salvação.

E para nós este é o caminho para nos tornarmos “santos e imaculados”. A beleza não contaminada da nossa Mãe é inimitável, mas ao mesmo tempo atrai-nos. Confiemo-nos a ela, e digamos de uma vez para sempre “não” ao pecado e “sim” à Graça.

(Papa Francisco, Angelus, 08/12/2020).

Bom domingo para você e sua família!