SÃO JOÃO DAMASCENO
“PARTILHAR COM GENESORIDADE”
LER
Mateus 15,29-37
“Pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os, e os dava” (Mt 15,36).
Jesus nos convida a refletir sobre duas situações; primeira, a aceitação da nossa própria realidade, sobre o ato de dar graças pelas simples dádivas da vida, sobre a importância de nos partirmos em prol dos outros; e, segundo, de nos entregarmos generosamente ao próximo. Jesus, ao realizar este milagre, não apenas sacia uma multidão fisicamente, mas nos ensina uma maneira de viver, um modo de existência que, paradoxalmente, nos preenche quando nos entregamos, quando nos partimos e quando damos.
(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual).
MEDITAR
1. Como estou reagindo às limitações em minha vida? Sou capaz de agradecer a Deus mesmo nas situações difíceis?
2. Estou disposto a compartilhar aquilo que recebo, seja em termos materiais, emocionais ou espirituais?
CONTEMPLAR
Permita que as palavras do Evangelho se tornem parte de sua vida cotidiana, como um modo de ser.
COMPROMISSO
Tenha gestos em sua vida diária, vivendo com o coração mais aberto para as necessidades do próximo. (Escreva no seu diário espiritual).
LEITURA ESPIRITUAL
O amor do próximo, radicado no amor de Deus, é um dever antes de mais para cada um dos fiéis, mas é-o também para a comunidade eclesial inteira, e isto a todos os seus níveis: desde a comunidade local passando pela Igreja particular até à Igreja universal na sua globalidade. A Igreja também enquanto comunidade deve praticar o amor. Consequência disto é que o amor tem necessidade também de organização enquanto pressuposto para um serviço comunitário ordenado. A consciência de tal dever teve relevância constitutiva na Igreja desde os seus inícios: «Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum. Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos de acordo com as necessidades de cada um» (At 2,44-45). Lucas conta-nos isto no quadro duma espécie de definição da Igreja, entre cujos elementos constitutivos enumera a adesão ao «ensino dos Apóstolos», à «comunhão» (koinonia), à « fracção do pão » e às « orações » (At 2, 42). O elemento da «comunhão» (koinonia), que aqui ao início não é especificado, aparece depois concretizado nos versículos anteriormente citados: consiste precisamente no facto de os crentes terem tudo em comum, pelo que, no seu meio, já não subsiste a diferença entre ricos e pobres (At 4, 32-37). Com o crescimento da Igreja, esta forma radical de comunhão material — verdade se diga — não pôde ser mantida. Mas o núcleo essencial ficou: no seio da comunidade dos crentes não deve haver uma forma de pobreza tal que sejam negados a alguém os bens necessários para uma vida condigna.
Um passo decisivo na difícil busca de soluções para realizar este princípio eclesial fundamental torna-se patente naquela escolha de sete homens que foi o início do ofício diaconal (At 6, 5-6). De facto, na Igreja primitiva tinha-se gerado, na distribuição quotidiana às viúvas, uma disparidade entre a parte de língua hebraica e a de língua grega. Os Apóstolos, a quem estavam confiados antes de mais a «oração» (Eucaristia e Liturgia) e o «serviço da Palavra», sentiram-se excessivamente carregados pelo « serviço das mesas »; decidiram, por isso, reservar para eles o ministério principal e criar para a outra mansão, também ela necessária na Igreja, um organismo de sete pessoas. Mas este grupo não devia realizar um serviço meramente técnico de distribuição: deviam ser homens «cheios do Espírito Santo e de sabedoria» (At 6,1-6). Quer dizer que o serviço social que tinham de cumprir era concreto sem dúvida alguma, mas ao mesmo tempo era também um serviço espiritual; tratava-se, na verdade, de um ofício verdadeiramente espiritual, que realizava um dever essencial da Igreja, o do amor bem ordenado ao próximo. Com a formação deste organismo dos Sete, a «diaconia» — o serviço do amor ao próximo exercido comunitariamente e de modo ordenado — ficara instaurada na estrutura fundamental da própria Igreja.
(Papa Bento VXI, Deus caritas est).
Bom dia para você e sua família!
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