SANTO ANDRÉ DUNG-LAC E COMPANHEIROS
“DOAR O POUCO QUE CUSTA A VIDA DO QUE O MUITO QUE NÃO MEXE NO CORAÇÃO”
LER
Lucas 21,1-4
“A viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver.” (Lc 21,4).
O Evangelho de hoje desmascara a religião das aparências, dos números, das estatísticas, do sensacionalismo e revela a fé como entrega concreta, escondida, sem aplausos ou glamour. Muitas vezes, o ser humano se protege acumulando: coisas, funções, títulos, imagens, fama, como se isso preenchesse o medo de perder e de ser esquecido. A viúva aponta outro caminho: o do coração que, mesmo ferido e limitado, se atreve a confiar mais na fidelidade de Deus do que nas próprias reservas. Diante dela, cada um é convidado a perguntar não “quanto dou”, mas “quanto de mim ainda retenho”, e a deixar que a carência se converta em lugar de encontro, liberdade e amor.
(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor Espiritual).
MEDITAR
- Em que áreas da minha vida tenho dado a Deus apenas o que sobra (tempo, atenção, escuta, perdão, recursos)?
- Que medos (de faltar, de perder o controle, de ser esquecido) me impedem hoje de um gesto concreto de confiança e generosidade semelhante ao da viúva?
COMPROMISSO
Faça um gesto concreto de doação a uma pessoa que fragilizada. (escreva no seu Diário espiritual).
LEITURA ESPIRITUAL
Deus está sempre inclinado para conosco; é, poderíamos dizer, alguém que se entrega a si mesmo e se faz um clone perfeito, total, eterno, e isso sem descanso. Somos nós, os destinatários do dom, que estamos fechados, os que não o acolhemos, e por isso recebemos ou não recebemos de todo aquilo que nunca cessa de nos ser oferecido. Mas Ele escuta todas as preces, realiza todos os milagres, consuma todos os mistérios da salvação. Somos nós quem não estamos dispostos a acolhê-los. O dom de Deus é infinito, é sempre oferecido, mas nós sempre podemos, por assim dizer, anulá-lo, restringi-lo, rejeitá-lo […]. Não há grandeza senão no amor, na entrega de si mesmo, e amar é, precisamente, esvaziar-se de si mesmo, ser pobre de si mesmo, fazer de si mesmo um espaço onde o outro possa respirar sua própria vida. Agora bem, precisamente porque essa pobreza, em sua fonte infinita, está em Deus, precisamente porque nunca conseguiremos ser pobres como Deus, podemos caminhar em direção a esse despojamento e aumentar a cada dia nossa generosidade, mas nunca conseguiremos ser pobres como Ele. Por outro lado, se Deus nos chama para a alegria da entrega total, faz isso justamente porque quer nossa grandeza, e ela é levada ao seu máximo quando Ele nos confia Sua própria vida, quando coloca em nossas mãos Seu destino na história. (M. Zundel, “Salvare Dio da noi stessi”, em La Vie, Spr/W/e725 [1997], 715ss).
Bom dia para você e sua família!

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