“A VERDADE QUE DIVIDE, MAS LIBERTA”
LER
Lucas 12,49-53
“… Eu vos digo, vim trazer divisão” (Lc 12,51).
A vida é feita de escolhas que, às vezes, causam conflitos e divisões, até mesmo entre aqueles que amamos. Jesus nos alerta que sua mensagem pode despertar oposições porque desafia valores e estruturas confortáveis. A divisão que Ele traz não é para destruir, mas para revelar verdades profundas que nos convidam a amadurecer na fé e na liberdade. Enfrentar essas divisões exige coragem para permanecer fiel ao que é justo, mesmo quando isso custa. No fundo, essa divisão é um chamado para discernir onde está o verdadeiro amor e a autenticidade. Aceitar essa palavra é aceitar a complexidade e o risco do caminho cristão. Que possamos reconhecer as divisões como oportunidades de transformação interior.
(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor Espiritual).
MEDITAR
- Quais divisões internas ou externas minha fé tem provocado em minha vida?
- Como posso enfrentar essas divisões com amor e coragem?
COMPROMISSO
Hoje, escolho agir com sinceridade mesmo diante de possíveis conflitos. (escreva no seu Diário espiritual).
LEITURA ESPIRITUAL
«Quando ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós» (Rm 5,8). Se o amor cristão tende à imitação de Cristo, essa verdade primordial sobre a qual se fundamenta todo o cristianismo não pode ser ignorada. O «próximo», o mais próximo de Cristo, é o mais distante. O Senhor nos faz perceber, no marco inequívoco que ele nos fornece do juízo final (Mt 25), nu, enfermo, prisioneiro, é a ele que encontramos, escondido apesar de ser acessível, sem ser notado apesar de ser experimentado de verdade. Agora, quando o Senhor veio buscar os homens, amá-los, quando deu a vida para trazê-los de volta para casa, o próximo não era, com certeza, para ele apenas uma alma perdida, um homem entre tantos. O amor não pode amar mais do que o amor. O amor de Deus, que invade o mundo inteiro e passa por todos os desvios, não pode amar mais do que a Deus. Quando o Filho passa do Pai para o mundo para buscar seu inimigo e levar-lhe o amor que lhe falta, ele deve ver, através dele, nele, a Deus: deve ver o Pai, que criou este homem, o formou à sua imagem e semelhança, o amou, o chamou e o marcou com uma marca indelével: o sinal de pertencimento ao Filho, ao Verbo, à redenção e à Igreja […].
A exigência de que o amor não se detenha no homem, mesmo sendo o mais miserável, o mais necessitado de amor, é o que distingue o amor cristão de todo tipo de humanitarismo puramente terreno. É um amor dirigido a Deus através do irmão: Deus em si mesmo e Deus para nós em Cristo e na Igreja. E não pode ser de outra forma, porque o amor divino, o amor que vem de Deus, é infinito, e por isso deve se estender até o próprio Deus […]. Ao amor cristão não se pede certamente que descubra Cristo, como em uma espécie de jogo de esconde-esconde, «atrás» do irmão estrangeiro que «representaria» Cristo, ou até que ame a Cristo «no lugar» do irmão, de modo que se estabeleça entre ambos um mecanismo obscuro de substituição. Basta que o cristão ame seu irmão junto com Cristo: assim o amará com referência ao Pai (H. U. von Balthasar, Die Gottesfrage des heutigen Menschen, Viena 1956, pp. 208ss; 212-214 [edição espanhola: El problema de Dios en el hombre actual, Ediciones Cristiandad, Madrid 1966]).
Bom dia para você e sua família!

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