
(Imagem de Nossa Senhora do Amparo no retábulo da Matriz de Teresina. Foto: Arquidiocese de Teresina)
Por João Vitor Piançó – Seminarista do 3º de Teologia da Arquidiocese de Teresina-PI
Pe. Raimundo José Airemoraes Soares
Programa “A Cidade Medita”, Rádio Pioneira de Teresina, 16.08.1990
Cidade que medita! Para. Repara. Compara. Separa. Prepara. Ampara. Não são palavras a esmo, jogadas como simples rimas soantes. Rimas não são soluções. Palavras rimadas ou não, simples palavras não são jamais solução. Essas palavras acima são – pelo menos pretendem ser – uma reflexão. De quem? Para quem? Sobre quem? Sobre o quê? O quem e o que és tu, cidade! Reflexão tua! Reflexão para ti… Sobre ti… Sobre teu ser e sobre teu ter… Medita, cidade!
Para! Ótima ideia que este dia seja feriado! Para poderes parar! Então, não estragues esta parada. Não a parada de desfiles em tuas ruas, mas uma parada no ritmo de tua vida. Uma parada na rotina dos teus quefazeres… Para que possas reparar… Para, cidade! Repara! Repara no que tens. Repara no que tiveste. Repara o que és. Repara o que foste. Repara como pareces. E como apareces. Repara como parecias antes e como antes aparecias. Para! Repara! E compara… Estás de aniversário. O aniversário é como uma ponte, por sobre as águas do presente, que corre como se escorrem as águas de um rio… Há cheias e há secas… As águas correm impetuosas, às vezes, em enchentes avassaladoras. Ou passam, outras vezes, indolentes, preguiçosas, nas secas escaldantes. O aniversário é uma ponte, por sobre as águas do rio do presente, que tem duas margens: a margem do passado e a margem do futuro. Compara, cidade! De cima da ponte. Compara o rio com suas margens. Compara uma margem com a outra. Qual é a mais funda? Qual a mais larga? Qual a mais parecida com o leito do rio?
Medita, cidade! Repara, compara e separa! Separa o que é bom do que é ruim. Separa o que foi e não deve mais ser. Separa o que está sendo e não deve continuar. Separa o justo do injusto. Separa o verdadeiro do falso. O que é bom, justo e verdadeiro, separa para ficar, ficar para ti, para todos os teus, para todos os que vêm a ti… E o que é injusto, falso e ruim, separa para não ficar, para acabar. Medita, cidade! Para para preparar. Prepara o que não deve parar. Prepara o que deve desenvolver-se. Medita! Tu não o podes sozinha! Há sempre quem te ampara. É a Virgem do Amparo! Mas, se ela te ampara, quer que, por tua vez, ampares a quem precisa do teu amparo. Não é mero jogo de palavras, cidade! Tu podes amparar tanta gente… Se paras… Se reparas… Se comparas… Se separas… Se preparas…
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