“OUSADIA”

LER

Mateus 8,18-22

“Segue-me, e deixa que os mortos sepultem seus mortos” (Mt 8,22).

Seguir Jesus é mais do que uma adesão a uma ideia. Jesus não promete uma vida fácil, mas promete uma vida verdadeira, onde somos desafiados a viver sem as amarras das falsas seguranças que nos limitam e de protelar nossa adesão ao seu chamado. Que possamos, então, escolher esse caminho radical, confiar na promessa de liberdade e seguir com coragem o chamado de Cristo, sabendo que ao fazermos isso, encontramos a verdadeira paz e a verdadeira liberdade.

(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor Espiritual).

MEDITAR

  1. Qual é o principal desafio que Jesus propõe a quem deseja segui-lo?
  2. O que significa, de forma prática, a liberdade prometida por Jesus no contexto deste chamado?

COMPROMISSO

Como posso abandonar as falsas seguranças e viver com propósito, autenticidade e liberdade buscando o  Reino de Deus? (escreva no seu Diário espiritual).

LEITURA ESPIRITUAL

Levamos à oração a totalidade de nossa vida. E nós somos seres-em-relação com os outros homens: os outros fazem parte de nós. Por conseguinte, na oração nos sentimos confirmados também na fraternidade. O que significa, afinal, interceder? Etimologicamente, interceder significa «dar um passo entre», «interpor-se» entre duas partes. Em particular, é dar um passo em direção a alguém em favor de outro. Parafraseando o Salmo 85,11, poderíamos dizer que na intercessão «se encontram a fé e o amor», «se abraçam a fé em Deus e o amor pelo homem». Este caminhar entre Deus e o homem, apertados entre a obediência à vontade de Deus e a misericórdia pelo homem, explica a razão de que, na Bíblia, a intercessão encontre sua representação plena e total em Cristo, «único mediador entre Deus e os homens» (1 Tm 2,5). Sim, é com Cristo, e este crucificado, como encontra sua realização o anseio de Jó: «Se houvesse entre nós, Senhor, algum árbitro que pudesse mediar entre ambos» (cf. Jó 9,33). Cristo crucificado pode mediar entre Deus e o homem.

Na intercessão aprendemos a nos oferecer a Deus pelos outros e a viver essa oferta de uma maneira concreta na vida diária. Só no Espírito, que nos arranca da nossa individualidade fechada, podemos orar pelos outros, fazer habitar em nós os outros e levá-los diante de Deus, chegando até mesmo a orar pelos inimigos, passo essencial para chegar a «amar» os inimigos (Mt 5,44).

Existe uma estreita reciprocidade entre a oração e o amor. Mais ainda, poderíamos dizer que o ápice da intercessão não consiste tanto em palavras pronunciadas diante de Deus, mas em viver diante de Deus na posição do crucificado, com os braços estendidos, em fidelidade a Deus e solidariedade com os homens. Até esse ponto está claro que a intercessão é a essência mesma de uma vida devorada pelo amor a Deus e aos homens.

(E. Bianchi, Le parole della spiritualità, Milão 1999, pp. 117-120, passim).

Bom dia para você e sua família!