“AMOR RADICAL”

LER

João 13,1-15

“Jesus tomou o vinagre e disse: ‘Tudo está consumado’. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (João 19, 30).

Na vivência do Tríduo Pascal, momento ápice da fé cristã encontramos os fundamentos que dão sentido a nossa espiritualidade, quando acreditamos que Filho de Deus ao se entregar numa cruz traz a salvação a humanidade, livrando-nos de todos mal, principalmente do pecado.

Nesta Sexta-Feira Santa, dia de jejum e abstinência, adentramos na consumação do plano salvífico de Deus, Ele que por amor enviou seu Filho único ao mundo para resgatar o que estava perdido. Por isso na ação litúrgica que celebramos hoje, mais uma vez ouvimos o anúncio da paixão e morte de Cristo na esperança da sua ressurreição. Jesus entrega-se livremente à morte, para revelar o amor de Deus Pai por nós seus filhos e filhas. Ele é nosso redentor, o único justo capaz de resgatar do pecado e nos garantir a vida eterna.

(Júlio Rodrigues – Seminarista 1° ano de Teologia / Arquidiocese de Teresina-PI)

MEDITAR

1. Qual minha reação de fé e caridade quando escuto e acolho no coração o anúncio da Paixão e morte de Jesus Cristo?

2. Tenho renovado minha esperança na ressurreição de Cristo através da vivência da minha fé cristã, celebrando com zelo o Mistério Pascal de Jesus?

LEITURA ESPIRITUAL

“Hoje a Igreja nos convida a um gesto que, talvez, para os gostos modernos, pareça um tanto superado: a adoração e o beijo da cruz. Mas trata-se de um gesto excepcional. O rito prevê que a cruz seja lentamente desvelada, exclamando três vezes: ‘Eis o madeiro da cruz, onde esteve cravada a salvação do mundo’. E o povo responde: ‘Vinde a adorá-lo’.

O motivo dessa tripla aclamação é claro. Não se pode descobrir de uma vez a cena do Crucificado, que a Igreja proclama como a suprema revelação de Deus. E quando, lentamente, a cruz é desvelada, olhando essa cena de sofrimento e martírio com uma atitude de adoração, podemos reconhecer o Salvador nela. Ver o Onipotente na cena da fraqueza, da fragilidade, do desfalecimento, da derrota, é o mistério da Sexta-feira Santa ao qual nos aproximamos por meio da adoração.

“A resposta ‘Vinde a adorá-lo’ significa ir até Ele e beijá-lo. O beijo de um homem O entregou à morte; quando foi objeto da nossa violência, foi quando a humanidade foi salva, descobrindo o verdadeiro rosto de Deus, ao qual podemos nos voltar para ter vida, pois só vive quem está com o Senhor. Beijando a Cristo, beijamos todas as feridas do mundo, as feridas da humanidade, as recebidas e as infligidas, as que os outros nos causaram e as que fizemos a nós mesmos. Ainda mais: beijando a Cristo, beijamos nossas próprias feridas, aquelas que temos abertas por não sermos amados.”

“Mas hoje, ao experimentar que Ele se entregou em nossas mãos e assumiu o mal do mundo, nossas feridas foram amadas. Nele, podemos amar nossas feridas transfiguradas. Este beijo que a Igreja nos convida a dar hoje é o beijo da mudança de vida. Cristo, desde a cruz, derramou a vida, e nós, beijando-O, acolhemos Seu beijo, ou seja, o Seu expirar de amor, que nos faz respirar, reviver. Somente no interior do amor de Deus é possível participar do sofrimento, na cruz de Cristo, que, no Espírito Santo, nos faz saborear o poder da ressurreição e o sentido salvífico da dor.”
(M. I. Rupnik, Homilias de Páscoa. Sexta-feira Santa, Roma 1998, 47-53)).

COMPROMISSO

Silencie no dia de hoje meditando a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. (escreva no seu Diário espiritual).

Bom dia para você e sua família!