“ESCOLHAS SIGNIFICATIVAS”

LER

João 11,45-56

“É melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?” (Jo 11,50). 

Jesus nos ensina que muitas vezes, nossas decisões implicam algum tipo de sacrifício pessoal para o bem de outros. Às vezes, é necessário “morrer” simbolicamente — renunciar a algo em nome de um bem maior. Isso pode se manifestar de várias formas: renunciar a um desejo ou objetivo pessoal para que outros possam viver mais plenamente, por exemplo. Este tipo de “morte” não é física, mas representa um renunciar ao egoísmo, ao orgulho ou ao medo, de modo a contribuir para algo mais importante do que o nosso próprio bem-estar imediato.

(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual).

MEDITAR

  1. Estou disposto(a) a sacrificar para viver de maneira autêntica?
  2. De que maneira minhas ações e escolhas diárias refletem os valores que considero essenciais para a minha vida e para o mundo ao meu redor?

LEITURA ESPIRITUAL

Morremos sozinhos. Enquanto a vida, desde o seio materno, é sempre comunhão, tanto que um eu humano isolado não pode nem nascer, nem subsistir, nem sequer ser imaginado, a morte deixa em suspenso a lei da comunhão. Os homens podem acompanhar até o extremo do limiar o moribundo, que pode sentir-se acompanhado, sobretudo, pela comunidade dos crentes que o acompanham na fé em Cristo; no entanto, atravessará a estreita porta sozinho e isolado. A solidão explica o que é atualmente a morte: consequência do pecado (Rm 5,12); é inútil procurar outra razão.

Cristo assumiu pelos pecadores a morte em sua radicalidade extrema, com intensidade dramática. E tanto é assim que não só foi manifestamente abandonado pelos homens, não só foi rejeitado por poucos dos seus partidários, mas colocou explicitamente nas mãos do Pai o vínculo de união que o ligava a Ele, o Espírito Santo, para experimentar até às suas últimas consequências o total abandono, inclusive por parte do Pai. Toda a riqueza do amor deve ser resumida e simplificada neste ponto de união, para que, brotando daí, se possa ter uma fonte e uma reserva eterna.

Por isso, não existe na terra uma comunhão na fé que não se derive da extrema solidão da morte na cruz. O batismo, que mergulha o cristão na água, separa-o, na fonte imagem da ameaça de morte de toda comunicação, para levá-lo à verdadeira fonte, origem dessa comunicação. A mesma fé, no seu início, está necessariamente de cara ao abandono que o mundo e Deus fizeram ao crucificado […]. O mesmo amor cristão ao próximo é o resultado do sacrifício do homem, assim como Deus Pai se serve para a redenção da humanidade do sacrifício do Filho abandonado (H. U. von Balthasar, Cordura owerosia ll caso sério, Brescia 1974, ce., passim).

COMPROMISSO

Com posso, em minha vida cotidiana, fazer escolhas que favoreçam o coletivo, mesmo quando isso exige dificuldades pessoais? (escreva no seu Diário espiritual).

Bom dia para você e sua família!