EPIFANIA DO SENHOR
“ENCONTRAR O CAMINHO”
LER
Mateus 2,1-12
“Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorar o Senhor” (Mt 2,2).
O Evangelho de hoje no faz entender que nossa a vida é uma busca constante pelo “ser” e pelo sentido. Na festa da Epifania do Senhor, contemplando os três reis Magos, somos lembrados de que o sentido da vida não é algo que se encontra facilmente, mas sim algo que exige busca, humildade e, principalmente, uma disposição para mudar. A verdadeira grandeza, ao contrário do que o mundo nos diz, está em reconhecer a beleza da simplicidade e a profundidade da vida humana, com todas as suas fragilidades e belezas.
O Natal, representado no nascimento de Jesus, nos chama a uma reflexão profunda sobre a nossa própria busca por sentido, pelo reconhecimento da nossa humanidade e pelo encontro com aquilo que verdadeiramente nos transforma.
(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual).
MEDITAR
- Epifania, vem do grego e significa “manifestação”, “revelação”. De que modo Deus tem se manifestado ou revelado como Senhor e Salvador da minha vida?
- Ao final do Evangelho de hoje a narrativa nos diz que após encontrar com o Senhor os Magos retornaram por outro caminho. A partir do meu encontro com Cristo tenho buscado mudar os caminhos por onde andei ou permaneço insistindo em caminhos inadequados?
CONTEMPLAR
Faça um momento de silêncio e medite tendo por certo de que o Senhor se manifesta até mesmo nos pequenos detalhes.
COMPROMISSO
Busque encontrar sinais da revelação de Deus nas pequenas coisas do seu dia a dia. (Escreva no seu diário espiritual).
LEITURA ESPIRITUAL
Ao principiar este ano, descubramos de novo a adoração como exigência da fé. Se soubermos ajoelhar diante de Jesus, venceremos a tentação de olhar apenas aos nossos interesses. De facto, adorar é fazer o êxodo da maior escravidão: a escravidão de si mesmo. Adorar é colocar o Senhor no centro, para deixarmos de estar centrados em nós mesmos. É predispor as coisas na sua justa ordem, reservando o primeiro lugar para Deus. Adorar é antepor os planos de Deus ao meu tempo, aos meus direitos, aos meus espaços. É aceitar o ensinamento da Escritura: «Ao Senhor, teu Deus, adorarás» (Mt 4, 10). «Teu Deus»: adorar é sentir que nos pertencemos mutuamente, eu e Deus. É tratá-Lo por «Tu» na intimidade, é depor a seus pés a nossa vida, permitindo-Lhe entrar nela. É fazer descer sobre o mundo a sua consolação. Adorar é descobrir que, para rezar, basta dizer «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28) e deixar-me invadir pela sua ternura.
Adorar é ir ter com Jesus, não com uma lista de pedidos, mas com o único pedido de estar com Ele. É descobrir que a alegria e a paz crescem com o louvor e a ação de graças. Quando adoramos, permitimos a Jesus que nos cure e transforme; adorando, damos ao Senhor a possibilidade de nos transformar com o seu amor, iluminar as nossas trevas, dar-nos força na fraqueza e coragem nas provações. Adorar é ir ao essencial: é o caminho para se desintoxicar de tantas coisas inúteis, de dependências que anestesiam o coração e estonteiam a mente. De facto, adorando, aprende-se a rejeitar o que não deve ser adorado: o deus dinheiro, o deus consumo, o deus prazer, o deus sucesso, o nosso eu arvorado em deus. Adorar é fazer-se pequenino na presença do Altíssimo, descobrir diante d’Ele que a grandeza da vida não consiste em ter, mas em amar. Adorar é descobrir-nos como irmãos e irmãs face ao mistério do amor que ultrapassa todas as distâncias: é beber o bem na fonte, é encontrar no Deus próximo a coragem de nos aproximarmos dos outros. Adorar é saber calar diante do Verbo divino, para aprender a dizer palavras que não magoem, mas consolem.
Adorar é um gesto de amor que muda a vida. É fazer como os Magos: levar ao Senhor o ouro, para Lhe dizer que nada é mais precioso do que Ele; oferecer-Lhe o incenso, para Lhe dizer que só com Ele se eleva para o alto a nossa vida; apresentar-Lhe a mirra – com ela se ungiam os corpos feridos e dilacerados – como promessa a Jesus de que socorreremos o próximo marginalizado e sofredor, porque nele está o Senhor. Habitualmente, ao rezar, sabemos pedir, agradecer ao Senhor; mas a Igreja deve progredir ainda mais na oração de adoração. Devemos crescer na adoração; a oração de adoração é uma ciência que temos de aprender todos os dias: rezar adorando.
(Papa Francisco, Homilia na solenidade da Epifania do Senhor, 02/01/2020).
Bom domingo para você e sua família!
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