“ENCONTROS QUE GERAM VIDA”

LER

Lucas 1,39-45

“Quando Isabel ouviu a saudação de Maria… Isabel ficou cheia do Espírito Santo” (Lc 1,41).

O Evangelho de hoje é um convite para vivermos de forma mais humana, mais serena, cheia de gestos de amor e acolhimento, onde cada encontro se torna uma oportunidade de revelar a presença de Deus e de renovar a vida entre aqueles e aquelas que permeiam nosso cotidiano. Que sejamos, como Maria, portadores da alegria que transforma. Que nossa presença entre as pessoas seja motivo de entusiasmo e de esperança!

(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual).

MEDITAR

  1. Quem em sua vida precisa de uma visita, de uma palavra de carinho ou de um gesto de solidariedade?
  2. Estou gerando alegria e acolhimento ou me fechando em minhas próprias preocupações?

CONTEMPLAR

Uma palavra para guardar no coração: “Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu.”.

COMPROMISSO

Tenho valorizado as pessoas ao seu redor e reconhecido nelas os sinais de Deus? (Escreva no seu diário espiritual).

LEITURA ESPIRITUAL

Diz o Evangelho: «Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel» (v. 40). Certamente congratulou-se com ela pela sua maternidade, assim como por sua vez Isabel se congratulou com Maria dizendo: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?» (vv. 42-43). E imediatamente louva a sua : «Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor» (v. 45). É evidente o contraste entre Maria, que teve fé, e Zacarias, o marido de Isabel, o qual duvidara, e não acreditara na promessa do anjo e por isso permanece mudo até ao nascimento de João. É um contraste.

Este episódio ajuda-nos a ler com uma luz muito particular o mistério do encontro do homem com Deus. Um encontro que não acontece com prodígios espetaculares, mas antes no sinal da  e da caridade. Com efeito, Maria é bem-aventurada porque acreditou: o encontro com Deus é fruto da fé. Ao contrário, Zacarias, o qual duvidou e não acreditou, permaneceu surdo e mudo. Para crescer na fé durante o longo silêncio: sem fé permanece-se inevitavelmente surdos à voz confortadora de Deus; e também incapazes de pronunciar palavras de consolação e de esperança para os nossos irmãos. E nós vemos isto todos os dias: as pessoas que não têm fé ou que têm uma fé muito tíbia, quando devem aproximar-se de uma pessoa que sofre, dirigem-lhe palavras de circunstância, mas não consegue chegar ao coração porque não têm força. Não têm força porque não têm fé, e se não têm fé não lhes saem as palavras que chegam ao coração dos outros. A fé, por sua vez, alimenta-se na caridade. O evangelista narra que «Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa» (v. 39) para a casa de Isabel: à pressa, não com ansiedade, não ansiosa, mas à pressa, em paz. “Pôs-se a caminho”: um gesto cheio de solicitude. Teria podido ficar em casa para preparar o nascimento do seu filho, mas ao contrário, preocupa-se primeiro pelos outros e não por si, demonstrando com os factos que já é discípula daquele Senhor que leva no seio. O evento do nascimento de Jesus começou assim, com um simples gesto de caridade: de resto, a caridade autêntica é sempre fruto do amor de Deus.

O Evangelho da visita de Maria a Isabel, que ouvimos hoje na Missa, prepara-nos para viver bem o Natal, comunicando-nos o dinamismo da fé e da caridade. Este dinamismo é obra do Espírito Santo: o Espírito de Amor que fecundou o seio virginal de Maria e que a levou a apressar-se ao serviço da prima idosa. Um dinamismo cheio de júbilo, como se vê no encontro entre as duas mães, que é um hino de alegre exultação no Senhor, o qual realiza grandes coisas com os pequeninos que confiam n’Ele.

(Papa Francisco, Angelus, 23/12/2018).

Bom dia para você e sua família!