João Vitor Piancó Lima
Natural de Santo Antônio dos Lopes-MA. Graduado em Direito, Seminarista do 2º ano de Teologia / Arquidiocese de Teresina-PI.
No próximo dia 24, o Papa Francisco abrirá a porta santa da Basílica de São Pedro, inaugurando o Ano Santo de 2025, com a palavra motivadora: “Peregrinos da Esperança”. A Igreja tem celebrado ordinariamente o Jubileu a cada 25 anos, como tempo privilegiado da graça de Deus, ofertada por ele e acolhida por nós.
Na tradição bíblica, especialmente do Antigo Testamento, o Jubileu era tempo de libertação dos escravos, perdão das dívidas e repouso da terra (cf. Lv 25,10-19). Na tradição cristã, sobretudo na Idade Média, o Jubileu passou a ser marcado pela “romaria”, ou seja, pela peregrinação a Roma. Essa dupla característica se desdobra em práticas tradicionais nos anos santos, dentre as quais destacamos quatro, acessíveis a quem não pode ir a uma basílica romana:
1. Confissão: o Jubileu exorta à reconciliação, primeiramente com Deus, pelo sacramento do perdão. Deveria ser um tempo de redescoberta da beleza desse sacramento! “O espírito penitencial é como que a alma do Jubileu”, disse o departamento do Vaticano responsável pelas indulgências.
2. Indulgência: o pecado sempre deixa consequências negativas, mesmo quando é perdoado na confissão; as indulgências servem para remediar essas consequências. No contexto do Jubileu, a Igreja concede indulgências especiais, como aquelas lucradas por quem visita um templo designado pelo Bispo como “igreja jubilar”. No Ano Santo 2025, também alcançará o dom da indulgência quem praticar obras de misericórdia ou se abstiver de distrações fúteis e consumos supérfluos, bem como os doentes que rezarem, oferecendo os seus sofrimentos.
3. Peregrinação: o Papa Francisco explica que “pôr-se a caminho é típico de quem anda à procura do sentido da vida”; ele explica que a nossa peregrinação terrena sempre tende à eternidade. Conforme a prática mais tradicional, durante o Ano Santo, aqueles que têm essa possibilidade, peregrinam a Roma, onde estão sepultados os apóstolos Pedro e Paulo, colunas da Igreja. Os que não podem ir à Cidade Eterna não devem deixar de visitar um santuário ou outro templo indicada pelo Bispo, possivelmente recebendo lá o sacramento da reconciliação e/ou participando de uma outra celebração, sobretudo da Eucaristia.
4. Caridade: o Jubileu, desde as suas raízes bíblicas, convida ao cuidado dos mais necessitados, à prática do perdão e à consolidação da justiça. Pagar o justo salário aos empregados, perdoar os desafetos, dedicar-se de alguma forma ao voluntariado… São inúmeras as formas de viver essa dimensão tão importante do Jubileu, sem a qual ele corre o risco de se tornar uma formalidade.
Sem dúvida, viveremos um “ano da graça do Senhor” (cf. Lc 4,19). A Igreja abrirá os seus tesouros espirituais e os franqueará a todos os fiéis. Feliz de quem souber aproveitá-los, vivendo com criatividade e intensidade o Ano Santo.
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