“MULTIPLIQUE NOSSOS DONS E CAPACIDADES”

LER

Lucas 19,11-28

“Por que não depositaste meu dinheiro no banco?” (Lc 19,22).

O Evangelho de hoje nos leva a uma reflexão mais profunda sobre o sentido da vida, a responsabilidade pela própria existência e o que significa viver de forma plena e autêntica. Jesus, com a parábola das minas, não apenas fala sobre a preparação para o Reino de Deus, mas convida-nos a uma autoanálise sobre como conduzimos nossa vida e o que fazemos com o que nos foi dado.

Fazendo referência ao medo do último servo é o medo existencial que muitos enfrentam: o medo do fracasso, da rejeição, de não ser suficiente. Esse medo paralisa e impede a exploração de nosso potencial. Não nos deixemos ser vencidos e vencidas pelo marasmo, pelo medo, pelas incertezas; aproveitemos desses momentos para renovar nossa mentalidade (Rm 12,2).

(Pe. William Santos Vasconcelos – Diretor espiritual).

MEDITAR

1. Como você se identifica com os servos da parábola? Tem usado bem os dons que Deus lhe confiou?

2. A quem você se assemelha: ao servo que multiplicou seus talentos, ao que fez pouco, ou ao que guardou sua mina por medo?

CONTEMPLAR

Deixe a imagem do Rei que confia em seus servos ou a frase “Servo bom e fiel” ecoe dentro de você.

COMPROMISSO

Há algo específico que você pode fazer esta semana para servir mais no seu ambiente familiar, profissional ou comunitário? (espiritual).

LEITURA ESPIRITUAL

Alegre-se o justo no Senhor e n’Ele espere, congratulem-se os homens de coração recto. Isto é o que cantámos com a boca e o coração. São palavras que a consciência e a língua cristãs dirigem a Deus: Alegre-se o justo, não no mundo, mas no Senhor. A luz resplandece para os justos – diz outro salmo – e a alegria para os corações rectos. Talvez perguntes donde vem esta alegria. Num salmo ouves: Alegre-se o justo no Senhor. E noutro: Põe no Senhor as tuas delícias e Ele satisfará os anseios do teu coração.     Que é que se nos declara? Que se recomenda? Que se manda? Que se dá? Que nos alegremos no Senhor. E quem se alegra naquilo que não vê? Ou será que vemos o Senhor? Isso é ainda uma promessa. Agora caminhamos à luz da fé; enquanto habitamos neste corpo, vivemos como exilados, longe do Senhor. Caminhamos à luz da fé e não da visão clara. Quando chegaremos à visão clara? Quando se cumprir o que diz São João: Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos como Ele é.     Então será a alegria plena e perfeita, a felicidade completa, quando já não tivermos por alimento o leite da esperança, mas o alimento sólido da realidade. Todavia, também agora, antes de chegarmos a essa ventura, antes de essa ventura chegar até nós, alegremo-nos no Senhor. Porque não é pequena a alegria da esperança que nos garante a futura realidade.     Agora amamos em esperança. Por isso diz a Escritura: Alegre-se o justo no Senhor. Mas porque o justo ainda não vê, acrescenta em seguida o texto sagrado: E n’Ele espere.     De facto, temos já as primícias do Espírito, que nos aproximam d’Aquele que amamos e nos permitem saborear de antemão, embora tenuemente, o que mais tarde havemos de comer e beber com satisfação plena.     E como é possível alegrar-nos no Senhor, se Ele está longe de nós? Mas não deve estar longe! És tu que O fazes estar longe. Ama-O, e Ele aproximar-se-á de ti; ama-O e Ele habitará em ti. O Senhor está próximo; não vos inquieteis com coisa alguma. Queres ver como está contigo, se O amares? Deus é caridade.

(Dos Sermões de Santo Agostinho, Liturgia das Horas).

Bom dia para você e sua família!