At 9,31-42; Sl 115,12-17; Jo 6,60-69

PERSEVERAR NA FÉ E NA MISSÃO

Muitos discípulos voltaram atrás” (Jo 6, 60-69).

No Evangelho de hoje, a questão que provoca divisão e deserção dos discípulos refere-se à ideia do messianismo. É que eles alimentavam expectativas de um messianismo triunfal e nacionalista. De fato, o que se pensava é que Jesus fosse rei do estilo de outros reis e que tivesse como prioridade a libertação de Israel do domínio romano. Jesus, porém, propõe outra forma radical de viver o reinado, e isso os escandaliza; muito, então, pensam que a exigência é dura demais e o abandonam; as exigências éticas da doutrina de Jesus são muito mais profundas e radicais, como, por exemplo, o perdão sem medida e a partilha dos bens. Jesus não promete nenhuma recompensa ou glória humana aquela que o seguem, mas acena para o compromisso e radicalidade, deixando de lado toda forma de ambição, glória, privilégio e triunfalismo. Assumamos, assim, nosso compromisso cotidiano com entusiasmo, esperança e doação.

(Francisco Ramos de Sousa Júnior – Seminarista do 2º ano de Teologia / Arquidiocese de Teresina-PI).

REFLEXÃO

1. Sou perseverante ou laxista na missão diante das exigências da fé?

2. Reconheço que os ensinamentos de Jesus é o único caminho sólido para minha vida?

LEITURA ESPIRITUAL

O exemplo de Thomas More mostra que é possível a um cristão viver no mundo segundo o Evangelho e nele agir à imitação de Cristo; e isto no meio da própria família, dos seus bens e da vida política: é possível levar uma vida santa no meio destas diferentes situações, com sobriedade, simplicidade e honestidade, sem cair no fanatismo ou nas “beaterias”, numa maneira séria e feliz ao mesmo tempo.

Qual é, então, a coisa mais importante para um cristão que vive no mundo? Fazer, na fé, uma opção radical por Deus, pelo Senhor e pelo seu Reino, apesar de todas as inclinações pecaminosas, e mantê-la intacta através dos acontecimentos normais de cada dia. Preservar, vivendo no mundo, a liberdade fundamental no que diz respeito ao mundo, no seio da família, dos bens e da vida política, ao serviço de Deus e dos irmãos. Possuir a alegre prontidão que nos permite exercer esta liberdade, a qualquer momento, através da renúncia, e quando formos chamados a fazê-lo, através da renúncia total. Só nesta liberdade do mundo, procurada por amor de Deus, é onde o cristão, que vive no mundo, mas recebe a liberdade como dom da graça de Deus, encontra a força, a consolação, o poder e a alegria que são. sua vitória (H. Küng, Liberta nel mondo. Sir Thomas More, Brescia 1966, 44s)

AÇÃO

Leia e medite: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68).

Bom dia para você e sua família!