João Vitor Piancó Lima

(Natural de Santo Antônio dos Lopes-MA. Graduado em Direito, Seminarista do 2º ano de Teologia / Arquidiocese de Teresina-PI).

O RESSUSCITADO E A VOCAÇÃO CRISTÃ

Pensar o dom da vocação à luz da Ressurreição de Cristo é, sem dúvida, uma experiência consoladora. De fato, é essa a luz que ilumina toda a nossa vida, que dá sentido às nossas alegrias e às nossas lutas. Podemos fazer essa meditação em três passos: a experiência de Maria Madalena com o Ressuscitado, a experiência de São Pedro com o Ressuscitado e a nossa experiência com o Ressuscitado.

  1. Na manhãzinha da Páscoa, Maria Madalena vai ao sepulcro (cf. Jo 20,1-21). Ela o encontra com a pedra removida e chora, porque acha que levaram o corpo do amado Senhor. O próprio Jesus, então, vem-lhe ao encontro e a chama pelo nome: “Maria!” Ela o reconhece: “Raboni!” (que quer dizer “Mestre”). O Ressuscitado manda que ela leve a boa-nova aos discípulos, o que ela faz correndo.
    O Cristo vivo nos chama pelo nome e nos faz testemunhas da sua boa notícia. Sejamos rápidos, ou melhor, sejamos solícitos em atender ao seu apelo! A nossa comunidade, a nossa família, as pessoas que nos cercam precisam urgentemente saber que existe esperança, que uma vida nova é possível, que o pecado e a morte não têm a última palavra!
  2. A experiência pós-pascal de São Pedro também é profundamente vocacional (cf. Jo 21,1-23). No lago de Tiberíades, ele decide voltar a pescar; de alguma forma, voltava à vida velha, pois era pescador quando Nosso Senhor o chamou; quem sabe, desejava “voltar ao primeiro amor”, reviver a graça do chamado. O Ressuscitado vem à praia e dá uma ordem: “Lançai as redes à direita”. De infrutífera, a pescaria torna-se então abundante. A missão se torna fecunda quando brota do encontro com Jesus vivo e da obediência à sua Palavra.
    Quando os discípulos apanham os peixes, e depois de comerem alguns com Jesus, ali mesmo na praia, o Mestre questiona três vezes a Pedro sobre o seu amor. Como obtém tripla resposta positiva do Príncipe dos Apóstolos, arrependido da tríplice negação, confia-lhe a missão de apascentar as suas ovelhas. A consequência do nosso amor a Jesus deve ser o cuidado com o seu povo. Se amamos a Jesus, devemos servi-lo, servindo à Igreja.
  3. “Deus ressuscitou Jesus no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos. E Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos.” (At 10,40-42)
    Em cada Eucaristia, na plena expressão da palavra, nós comemos e bebemos com Jesus! Ele vive e caminha ao nosso lado, como caminhou com os discípulos de Emaús (cf. Lc 24,13-35). Somos, portanto, testemunhas da sua boa-nova: “O bem tende sempre a comunicar-se. Toda a experiência autêntica de verdade e de beleza procura, por si mesma, a sua expansão” (Evangelii Gaudium, 9).
    Acolhamos o chamado do Cristo vivo e o sigamos com generosidade! O mundo precisa conhecer a fonte de força e de vida que é a Ressurreição de Jesus!